Não é só um pavio que se acende.
É um ponto de luz que nasce no escuro.
É um gesto pequeno que carrega um mundo inteiro de intenção.

Quando acendo uma vela, eu acendo a lembrança de que posso recomeçar — mesmo que o dia tenha sido pesado, mesmo que a alma esteja em silêncio.
Eu acendo o cuidado.
Acendo um tempo só meu.
Acendo a oração que não sei dizer em palavras.

A chama dança e me lembra que ainda há movimento dentro de mim, mesmo quando tudo parece parado lá fora.
O aroma se espalha como um abraço invisível.
E por alguns minutos…
o mundo desacelera.

Às vezes acendo pra celebrar.
Outras, pra acolher a dor.
Ou só porque preciso lembrar que existe beleza nas coisas simples.

E nesse ritual cotidiano, tão íntimo e tão meu, eu me reencontro.

Porque no fundo…
quando acendo uma vela,
o que estou mesmo acendendo
é um lugar dentro de mim
que nunca deixou de brilhar.